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Pulmões, coração e músculos: Engrenagens da saúde e do desempenho esportivo

É fundamental para os estudos de fisiologia do exercício sobre promoção de saúde e desempenho esportivo o entendimento sobre a integração das três grandes engrenagens: sistema respiratório, sistema cardiovascular e sistema muscular.


Durante uma corrida, por exemplo, os músculos estriados esqueléticos das pernas gastam muita energia, proveniente da quebra de moléculas de adenosina trifosfato (ATP). Mas não são apenas os músculos da perna que gastam energia nesta situação. Os músculos respiratórios e o músculo cardíaco também gastam. E os músculos respiratórios e o músculo cardíaco gastam energia não apenas durante o exercício, mas 24h por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano, pois estes não se dão ao luxo de relaxar. Cabe também destacar que além de fibras musculares, todas as nossas células gastam energia ao executar diversas funções. Por exemplo, neurônios geram corrente elétrica, o que é chamado de potencial de ação, e isto requer gasto de energia. E o transporte de glicose através da membrana celular, assim como de outras moléculas grandes, também exige energia.



Portanto, é obvio que a produção de energia é fundamental para o funcionamento de todas as nossas células, em repouso, e principalmente durante o exercício. O corpo humano, no entanto, possui uma quantidade muito baixa de energia prontamente disponível para as funções celulares. A quantidade de ATP disponível é suficiente para manter a vida de uma pessoa apenas por poucos minutos. Sendo assim, é fundamental para o funcionamento adequado do corpo humano que mecanismos de ressíntese de moléculas de ATP funcionem de maneira eficiente para suprir demandas energéticas. E o principal mecanismo de produção de energia no corpo humano ocorre pela quebra completa de “moléculas combustíveis” - glicose, lipídeos e proteínas, provenientes da nossa alimentação, via múltiplas reações que terminam nas mitocôndrias, onde a presença de átomos de oxigênio (O2) é obrigatória.


A obrigatoriedade de O2 gera um desafio ao corpo humano. Há uma quantidade limitada de O2 disponível e armazenada nas células e no sangue. Então é constantemente necessário buscar átomos de oxigênio no ar atmosférico, onde aproximadamente 21% de todas as moléculas são O2. E, para tanto, o sistema respiratório precisa captar ar atmosférico, e conduzi-lo até os alvéolos, onde o O2 atravessa a parede alveolar e a parede dos capilares pulmonares, chegando até o sangue. No sangue o O2 é transportado quase na sua totalidade ao ligar-se à proteína hemoglobina, que se localiza dentro das hemácias. O coração, por sua vez, bombeia o sangue pelos vasos sanguíneos, o que permite que o O2 chegue aos capilares de músculos, neurônios, etc, e então o O2 pode deixar o sangue, entrar nas células e por fim chegar até as mitocôndrias, onde o O2 participa do processo ressíntese de ATP.

Essa é a complexidade e beleza da vida humana no planeta terra. Precisamos constantemente de energia. E O2 é fundamental para a produção de energia. Voltando então ao exemplo inicial, durante uma corrida, a integração precisa entre três grandes engrenagens, sistema respiratório, sistema cardiovascular e sistema muscular, é necessária para o desempenho esportivo. E, ainda, pode ser determinante para tolerar atividades cotidianas como caminhar, trocar de roupa, tomar banho, etc de pessoas que possuem doenças em um, ou mais de um, destes sistemas, como, por exemplo, pessoas com asma (doença respiratória), doença coronariana (doença cardiovascular) e sarcopenia (doença muscular).


Logo, o entendimento dos mecanismos de funcionamento de cada uma das engrenagens mencionadas permite que profissionais da área da saúde, em um trabalho multidisciplinar, maximizem o desempenho de atletas e reduzam a intolerância ao exercício de pessoas com doenças cardiorrespiratórias e musculares. Isto faz parte do dia-a-dia das discussões, projetos de pesquisa e atendimentos do SEFE. E, a teoria sobre estas engrenagens e sua integração, assim como o uso na pratica de métodos de avaliação (ex.: teste cardiopulmonar e avaliação da força muscular) e intervenção (ex.: treinamento aeróbio contínuo, treinamento aeróbio intervalado, treinamento concorrente, recursos ergogênicos) serão abordados no curso especialização em fisiologia do exercício do SEFE, com foco em promoção da saúde e do desempenho esportivo. Junte-se a nós!


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